Plano Safra é insuficiente e não atende o setor, avalia Sociedade Rural Brasileira

A Sociedade Rural Brasileira (SRB) emitiu uma nota, na tarde desta terça-feira (1) criticando o valor do Plano Safra empresarial para a safra 2025/2026, anunciado mais cedo pelo Governo Federal. Os dirigentes da SRB reconhecem o esforço do Ministério da Agricultura na busca de recursos para o Plano Safra, mas consideraram os volumes insuficientes e as taxas de juros inadequadas.

“O Plano Safra não atendeu o setor, aumentou muito pouco o volume total e diminuiu o volume de recursos para investimentos. As taxas de juros são elevadas ainda e o tema do seguro agrícola nem foi tocado pelo governo, o que é negativo para nós”, avaliou o presidente da SRB, Sérgio Bortolozzo. 

Entre os pontos preocupantes do Plano, segundo Bortolozzo, está o aumento das taxas de juros, que subiram até 2 pontos percentuais em todas as linhas, com o custeio empresarial chegando a 14% a.a., o que supera a expectativa de retorno de muitas culturas e encarece o crédito, podendo restringir investimentos e ampliar riscos financeiros dos produtores. Além disso, houve queda de R$2 bilhões nos recursos equalizados para o Pronaf e estagnação no Moderfrota, transferindo maior risco para produtores e instituições financeiras, além de reduzir a atratividade do crédito subsidiado. 

A SRB entende que o corte de 5,4% nos programas de máquinas, irrigação e armazenagem limita o avanço tecnológico e a produtividade futura, comprometendo a competitividade do setor no médio e longo prazo. É fato que houve aumento no volume de recursos anunciado, totalizando um valor recorde de R$ 594 bilhões, somando-se agricultura familiar e empresarial. Porém, o crescimento nominal do crédito (1,5% para empresarial e 3% para familiar) fica abaixo da inflação acumulada (IPCA de 5,2%), reduzindo o poder real de compra e o impacto efetivo do financiamento. 

“A SRB gostaria de um plano safra mais abrangente, que acompanhasse o crescimento vigoroso do agro brasileiro, mas também avalia alguns pontos positivos. Destacamos, por exemplo, a prioridade para linhas empresariais de custeio, o que ajuda a manter a liquidez dos produtores diante da compressão das margens, reduzindo o risco de inadimplência. R. Formosa, 367 | 19º andar | 01049-000 | São Paulo/SP | 55 11 3123.0666 | 55 11 97737.1537 É válida, mais uma vez, a iniciativa de oferecer desconto de 0,5 ponto percentual na taxa de juros para produtores rurais que adotam práticas sustentáveis. O Plano também financia reflorestamento, culturas de cobertura e ações de prevenção a incêndios, ampliando o compromisso com a sustentabilidade. Entre medidas que podem beneficiar o setor está ainda a ampliação da exigibilidade das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs). O aumento de 50% para 60% deve liberar cerca de R$64 bilhões adicionais em funding privado para o setor, diversificando as fontes de financiamento e reduzindo a dependência do Tesouro Nacional”, ainda reforça a nota.

Fonte: Band

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