A PF (Polícia Federal) deu andamento a uma operação na manhã desta quinta-feira (17) para desmantelar um grupo criminoso envolvido com o tráfico internacional de drogas, que saia do Paraguai e era despachada em veículos para diversas regiões do Brasil.
Ao todo, foram cumpridos quatro mandados de prisão e outros oito de busca e apreensão, inclusive em Londrina. Em Foz do Iguaçu (Oeste), o líder do grupo foi preso em flagrante com uma carga de 600 quilos de cocaína escondida em um carro e avaliada em cerca de R$ 44 milhões.
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O delegado da PF, Hugo Mendonça explica que a operação começou no final de 2023 quando agentes prenderam em flagrante um homem em Toledo (Oeste). Ele estava em um motocicleta e transportava 73 quilos de droga, além de armas e munições. Além do condutor, uma adolescente estava na garupa da motocicleta. Ele segue preso.
A partir dessa prisão, os policiais deram sequência à investigação para identificar outros envolvidos no esquema criminoso. Segundo o delegado, o grupo escondia a droga dentro de motocicletas e carros e, pela rodovia, despachavam os entorpecentes para cidades como Londrina e outros estados, como Santa Catarina. “Nós iniciamos a investigação e descobrimos a participação de diversas outras pessoas”, afirma.
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Ao todo, foram cumpridos quatro mandados de prisão em Foz do Iguaçu e oito de busca e apreensão em Foz, Londrina e em Itapema (SC). A investigação apontou que o grupo transportava a droga pelas rodovias com auxílio de batedores, além de outros integrantes responsáveis pela logística da operação.
Durante o cumprimento de um dos mandados de prisão, foi apreendida em flagrante uma carga de 600 quilos de cocaína escondida dentro de um carro junto ao líder do grupo. Segundo Mendonça, a carga estava prestes a ser despachada de Foz do Iguaçu para outras localidades. Com o quilo da cocaína avaliado em R$ 80 mil, a estimativa é de que a carga total traga um prejuízo de cerca de R$ 44 milhões para o grupo criminoso.
Com o início das investigações, no final de 2023, a informação era de que o grupo transportava entre 60 e 70 quilos de droga por vez, com auxílio de motocicletas. A apreensão de agora, segundo o delegado, indica que o grupo estava crescendo e transportando quantias muito maiores.
Mendonça afirma que a cidade de Londrina, por ser a maior do interior do Paraná, funciona como um ponto de distribuição da droga para outras cidades e estados, além de ter um mercado consumidor muito grande.
De acordo com o delegado, o grupo era organizado por funções muito bem determinadas, como o dono da droga, o gerente, os batedores, os auxiliares e o responsável pelo transporte. Dentre os presos, o delegado aponta que estão o dono e outras pessoas com “altos cargos” dentro do esquema criminoso. A perícia dos materiais apreendidos vai indicar se outras pessoas podem estar envolvidas.
As investigações policiais mostraram que a organização criminosa utilizava veículos de luxo no transporte dos entorpecentes. O delegado afirma que há indícios de que o grupo estava construindo imóveis com o dinheiro proveniente do comércio de drogas. “A cocaína é um produto que tem muito valor agregado, então o lucro é muito alto”, explica. Mendonça diz que a Justiça já deferiu o pedido de bloqueio de mais de R$ 5 milhões em bens ligados aos alvos da operação.