Empresária diz que se recusa a contratar técnicos em enfermagem homossexuais

Um áudio de uma empresária viralizou nas redes sociais após a profissional encaminhar os conteúdos a uma colega solicitando indicações de técnicos de enfermagem homens, mas desde que não sejam homossexuais. A proprietária de uma clínica de enfermagem em Marialva, região norte do Paraná, profere uma série de insultos contra a comunidade LGBTQIAPN+.

“Se for homossexual nem precisa mandar meu contato que eu não admito, nem no home care, nem na clínica, tá bom? Mas homens sim, são bem-vindos. Eu preciso de homens técnicos em enfermagem ou cuidadores homens, que não sejam homossexuais. Na minha equipe eu não vou contratar homossexual porque as famílias são famílias assim, tradicionais… eles não estão habituados com a modernidade que a gente vê hoje em dia, né? Não é preconceito, é ética profissional”, disse a mulher.

Os áudios foram entregues à Polícia; a suspeita chegou a apresentar um atestado médico para não comparecer após ser chamada para depor. Depois, prestou depoimento na última segunda-feira (18) e confirmou que enviou as mensagens, mas disse que foram os clientes que fizeram a exigência.

O Cofen (Conselho Federal de Enfermagem) emitiu uma nota repudiando o caso e reforçando a Lei 7.716/89, que define que recusar, negar ou impedir emprego por discriminação é crime, com pena de 2 a 5 anos de reclusão. Além da pena criminal, as vítimas podem buscar indenização por danos morais na esfera cível.

O Coren (Conselho Regional de Enfermagem do Paraná) também repudiou o ato. Em nota, o conselho informou que o caso já está sendo apurado para que as medidas cabíveis sejam tomadas.

“A Enfermagem, maior força da saúde do Paraná e do Brasil, é uma profissão plural, formada por pessoas que se dedicam ao cuidado e à promoção da vida. Enfermeiros, técnicos, auxiliares e obstetrizes devem ter sua identidade, orientação e dignidade respeitadas, sendo inaceitável que questões individuais sejam utilizadas como critério para contratação”, disse a nota.

O caso segue em investigação.

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