Personificar é o ato de atribuir características, sentimentos e qualidades humanas àquilo que não é humano. É como dizer que uma instituição de ensino, por exemplo, acolhe pessoas e é capaz de guiá-las ao longo de suas jornadas, transformar vidas, ressignificar histórias e abrir caminhos.
Olhar para a UEL (Universidade Estadual de Londrina) não é – e não pode ser – diferente disso. A instituição, que completou 55 anos nesta terça-feira (7), figura como uma grande entidade no consciente coletivo de Londrina e região. Como uma pessoa, que mesmo jovem, acumula respeito e admiração por quem já passou ou não por seus corredores como estudante, docente ou servidor.
Fundada em 1970 e reconhecida um ano depois pelo MEC (Ministério da Educação), a UEL nasceu a partir da junção de cinco faculdades isoladas de Direito, Filosofia, Odontologia, Medicina e Ciências Econômicas e Contábeis. Hoje, a instituição soma 55 cursos de Graduação presenciais, dois à distância e 189 de Pós-Graduação, distribuídos em nove Centros de Estudos e 58 Departamentos.
Como um grande organismo vivo, a instituição impulsionou o crescimento de Londrina e foi impulsionada por ela em uma relação simbiótica em que ambas se beneficiaram. A reitora Marta Favaro lembra que Londrina nasceu em 1934 e na década de 1950 já unia esforços para o desenvolvimento da educação com as primeiras faculdades. De lá para cá, a UEL capacitou mais de 100 mil profissionais, formados na graduação e na pós-graduação e espalhados pelo Brasil e pelo mundo.
“Eu não consigo vislumbrar Londrina, o desenvolvimento econômico, social, cultural, sem a intersecção com essas instituições [as primeiras faculdades] e depois a formação da Universidade. Então, me parece que a força de Londrina também está atrelada ao desenvolvimento da UEL. A Universidade chama pessoas de outras regiões, de outros estados e essas pessoas vêm para estudar e muitas delas permanecem na região desenvolvendo as suas atividades”, afirma Favaro.
De acordo com o The World University Ranking 2025, levantamento elaborado pela consultoria britânica Times Higher Education sobre o ensino superior global, a UEL está entre as instituições de ensino superior de todo o mundo com os melhores índices de qualidade do ensino e ambiente de pesquisa. No cenário nacional, a UEL é a primeira estadual do Sul.
Segundo Favaro, o destaque da instituição se deve também à contribuição social que a UEL consegue fazer à sociedade por meio dos serviços de 14 órgãos, como o HU (Hospital Universitário), que conta com 397 leitos e que, em 2024, fez 39.055 consultas médicas no Pronto Socorro, 179.623 consultas ambulatoriais e 20.592 internações.
“A universidade tem se constituído como presença constante na vida dos londrinenses, dos paranaenses e de todos os brasileiros. Uma universidade que tem 14 órgãos suplementares que abraçam a sociedade com os seus serviços. Alguns são muito conhecidos, como o Hospital Universitário, a Clínica Odontológica, o Escritório de Assuntos Jurídicos, o Hospital Veterinário, a Casa de Cultura, o Colégio Aplicação, museus que compõem os nossos órgãos, Clínica Psicológica, enfim, são muitos”, reforça a Reitora.
“MAGNETISMO”
Sentir-se de certo modo atraído pela UEL não é incomum. Mesmo quem nunca teve a oportunidade de pisar nos 2,4 milhões de m² que compõem a área territorial da instituição sente o que Favaro chama de “magnetismo”. E voltando ao conceito de personificação, seria como se sentir vislumbrado por alguém muito interessante e inteligente.
“Antes de acessar a Universidade como professora, eu tive a oportunidade de poucas vezes passar em frente à UEL. E é impressionante o magnetismo daquele letreiro ‘Universidade Estadual de Londrina’. Eu passava e ficava pensando que é muito lindo aquilo. Eu pensava ‘nossa, eu gostaria muito de um dia poder fazer parte dessa comunidade’. Aquela imagem, aquele letreiro, ele sempre foi um atrativo, foi uma coisa que me mobilizava diferentes sentimentos”, lembra a reitora.
“EU SERIA OUTRA PESSOA”
O impacto que a UEL causa e tem o potencial de causar na vida das pessoas é imensurável. E para a história de Airton José Petris não foi diferente. Petris é, atualmente, professor e vice-reitor da instituição, mas também já foi aluno e pisou pela primeira vez no Campus em 1973, quando passou a compor a segunda turma do curso de Farmácia.
Mestre e doutor em Saúde Coletiva, com passagem, inclusive, pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) e pela SMS (Secretaria Municipal de Saúde de Londrina), Petris credita tudo o que conquistou à UEL.
“A UEL me moldou. Tanto profissionalmente como cidadão. Porque eu seria outro Airton. Seria outra pessoa se não fosse a Universidade. Não só do ponto de vista prático, mas do ponto de vista emocional. É uma relação direta. Uma relação de carinho, de afeto e de acolhimento à universidade”, afirma o vice-reitor. Parte inferior do formulário
Além de reitora, Marta Favaro é professora efetiva da UEL e atua no Ceca (Departamento de Educação, do Centro de Educação, Comunicação e Artes), lecionando e desenvolvendo pesquisas na área de história da educação desde 1998. Como chefe maior do órgão executivo da Universidade, Favaro reconhece que há desafios pela frente, mas que a instituição tem cumprido seus objetivos e se preparado para enfrentá-los.
“Nós somos uma instituição que enfrenta também desafios. Estamos lidando com esses desafios, que é a renovação da nossa estrutura física, das estruturas de laboratórios para que os nossos profissionais possam ter um ambiente adequado para o trabalho que eles estão desenvolvendo. Mas é uma instituição que tem fortemente cumprido o seu objetivo e está, ao mesmo tempo, se preparando para os próximos 55, 100 anos”, enaltece Favaro.
Para o vice-reitor, a UEL vai continuar reafirmando seu importante papel no desenvolvimento regional e tende a ocupar cada vez mais espaços nesse processo. “Ela [UEL] vai ter muito mais importância do que sempre teve. Durante um longo tempo, foi uma instituição que formou, que capacitou as pessoas para o mercado de trabalho. Hoje, a gente aposta muito mais do que isso. A gente aposta no futuro, na inovação. Os nossos pesquisadores são de ponta. A Universidade propõe coisas disruptivas, mais aplicáveis no mundo que a gente vive. E a UEL está preparada para isso”, conclui Petris.
Fonte: Fernando Buchhorn Jr. – Redação Portal Bonde