O preço da cesta básica voltou a baixar no mês passado, em Londrina. Em agosto, a pesquisa do NuPEA (Núcleo de Pesquisas Econômicas Aplicadas) da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) registrou redução de 4,47% no valor médio da cesta para uma pessoa adulta, calculado em R$ 604,72. Para uma família de quatro pessoas, considerando dois adultos e duas crianças, o preço médio da cesta ficou em R$ 1.814,15.
Essa é a segunda queda seguida no ano. Em julho, o valor médio da mesma cesta havia sido calculado em R$ 633,02, 1,22% a menos do que em junho.
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O economista e coordenador do NuPEA, Marcos Rambalducci, avaliou que o o tarifaço de 50% aplicado por Donald Trump aos produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos pode ser um dos componentes do recuo, mas destacou que, historicamente, “é recorrente a queda no valor nos meses de agosto”.
Desde o início da série histórica, em 2003, a cesta básica em Londrina ficou mais barata em agosto em 11 anos. Em outros 11 anos, aumentou, e em apenas um mês de agosto, em 2010, se manteve estável.
O valor registrado no mês passado é o terceiro mais baixo de 2025. Em fevereiro, a cesta foi calculada em R$ 599,99 e em março, em R$ 602,59.
Entre os 13 itens que compõem a cesta, três tiveram aumento: a banana (40,5%), o óleo de soja (3,6%) e o café (3,5%).
No conjunto dos produtos que baixaram de preço, o tomate (-31,6%), a batata (-15,6%) e o arroz (-11,8%) registraram os recuos mais significativos. Completam a lista o feijão (-6,9%), a carne bovina (-3,9%), o leite (-3,3%), a margarina (2,2%) e o pão (-2,1%), indicando que o café da manhã dos londrinenses ficou mais barato no mês que passou.
Os preços da farinha de trigo e do açúcar, com leves variações para mais e para menos, foram considerados estáveis. A farinha subiu 0,4% e o açúcar diminuiu 0,3%.
O NuPEA destaca que a carne é o item com maior peso no preço final da cesta básica. Em agosto, a proteína representou 45,7% do valor total. O preço médio do quilo do produto foi calculado a R$ 42,14, menor do que em julho, quando ficou em R$ 43,89.
No estudo, o corte usado como referência é o coxão mole, em peça ou fatiado, dependendo do que estiver mais em conta. Em um dos supermercados pesquisados, o quilo do coxão mole era vendido a R$ 35,97, o preço mais baixo encontrado. Na loja mais careira, a mesma quantidade custava R$ 49,90.
A pesquisa do NuPEA é realizada em 11 supermercados, distribuídos em todas as regiões de Londrina. O valor final da cesta básica é a média de todos os preços coletados em cada estabelecimento.
Embora no mês passado o valor médio tenha sido calculado em R$ 604,72, os pesquisadores ressaltam que se o consumidor comprasse apenas os itens mais baratos em cada uma das 11 lojas, faria uma economia de 21,2%, pagando R$ 476,53 pelo conjunto de 13 itens.
Em uma situação mais próxima do real, na qual o consumidor comprasse todas as mercadorias no supermercado que tem os menores preços, a economia cairia para 12,8% e a mesma cesta sairia por R$ 527,60.
Por outro lado, levando todos os itens no supermercado mais careiro, o consumidor pagaria R$ 680,36, o que corresponderia a 12,5% acima do preço médio.
Apesar da redução em agosto ante julho, a cesta básica no mês passado ficou 10,14% mais cara do que no mesmo mês de 2024, quando o valor médio era de R$ 549,06. Na comparação com janeiro deste ano, no entanto, houve queda. No início do ano, a mesma cesta custava R$ 625,45 ou 3,3% a mais.