Rodrigo Otavio Santos se tornou, na última sexta-feira (15), o primeiro paciente do interior do Paraná a ser submetido a uma cirurgia cardíaca robótica totalmente custeada pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O porteiro de 40 anos teve alta na manhã desta segunda (18), com uma cicatriz no peito “do tamanho de uma agulha de insulina”, comparou Kleber Müller, cirurgião cardíaco do HEL (Hospital Evangélico de Londrina).
O médico encabeçou o projeto da equipe de robótica de cardiologia da instituição, coordenando o trabalho com mais três especialistas. A equipe realizou o procedimento em mais dois pacientes, por meio de uma iniciativa do corpo clínico de cirurgiões com o Evangélico. Müller ressaltou que “os procedimentos não são ofertados pelo SUS ainda, mas pelo hospital, porque fizemos uma parceria e insistimos que os pacientes do SUS recebessem a atenção”.
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Santos nasceu com uma cardiopatia congênita chamada forame oval patente, que é uma pequena abertura entre os átrios do coração. Ele foi diagnosticado no pronto-socorro do HEL há cerca de 30 dias, após sofrer seu segundo AVC (acidente vascular cerebral) da vida, e foi iniciado o tratamento pré-cirúrgico.
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“Existe uma deficiência entre a comunicação dos átrios, que o sangue não passa de forma correta, e causa um AVC cardioembólico. Seguimos com uma série de exames, foram feitos todos os exames pré-operatórios, liberamos o procedimento com o SUS e optamos por abordá-lo de forma minimamente invasiva, fechando a comunicação interatrial (defeito congênito) com eficiência”, elencou Müller.
A cirurgia foi realizada pela equipe de médicos com auxílio da plataforma robótica Da Vinci Xi. Foram feitas pequenas incisões entre as costelas do paciente, pelas quais entraram as pinças do robô, controladas pelos cirurgiões. Com a técnica, não houve necessidade de abrir o peito de Santos, o que facilitou a sua recuperação e garantiu um “resultado estético extremamente mais agradável”.